quinta-feira, 5 de abril de 2012


Te vejo passar por mim e minha maior vontade é te chamar. Mas não olho. Nem você. Fingimos que não sabemos da existência uma da outra. O silêncio entre a gente é gritante. Me pergunto o que houve de errado. Eu sei, eu sempre botei a culpa em você, mas nunca foi somente sua culpa. Eu errei também, e agora é tão tarde pra me desculpar. Mas, em que momento chegamos nisso? Digo, de você passar e eu nem sequer poder chamar. Éramos tudo antigamente. Hoje não olhamos uma para a outra. E eu sinto um aperto enorme. Minha vontade é de gritar “Sabe as roupas que ela ta usando? Ela só usa essa blusa com esse short porque uma vez eu disse que ficava legal. Sabe o cabelo? Eu impliquei com o corte que ela fazia até ela cortar assim. Sabe essa foto dela? Foi eu que bati e editei. Ninguem sabe as manias e não vai aprender a lidar com os defeitos dela como eu lidei. Às vezes me dá uma vontade de ligar e voltar no tempo só por alguns instantes. Só pra saber se você se cuida. Só pra você me contar do seu dia e eu brigar com você na parte que você fala de algum garoto idiota. Eu sinto falta de nós duas, Só pra constar. Então deixo a máscara cair e me permito olhar pra você só um pouquinho. Você me olha também. E o nó na garganta só aumenta. Quase dois segundos depois, a gente se recompõe e volta a tentar ignorar a presença uma da outra, descruzando o olhar. E eu, mentalmente, continuo torcendo pra que você seja feliz.